domingo, 29 de março de 2009

Farinha, Alfredo

cresci com a Bílblia. cachopo, comprava religiosamente o jornal "a bola" às segundas, quintas e sábados. à segunda fazia-se o rescaldo da jornada do fim-de-semana, à quinta, da quarta-feira europeia e ao sábado lançava-se a jornada.
trissemanário "a bola" ajudou-me a aprender a ler bom português.
Alfredo Farinha, Vítor Santos, Carlos Miranda, Carlos Pinhão, Homero Serpa e Aurélio Márcio eram referências incontornáveis de bem escrever em português. a Bílblia era uma instituição que ajudou muitos portugueses a aprenderem a ler e a escrever.
verdadeiras peças literárias saíam da pena daqueles jornalistas. depois, havia o Nuno Ferrari, que foi dos melhores fotojornalistas que o Portugal da segunda metade do século passado conheceu.
hoje, partiu o Alfredo Farinha. Benfiquista confesso, tal como quase todos os que escreviam na Bíblia, deixa-nos, infelizmente, um vazio difícil de preencher. é que cada vez que abro um jornal desportivo, incluíndo a antiga Bíblia, percebo que as histórias genuínas, que muitas vezes fugiam ao lápis azul, nunca mais voltarão a ensinar as novas gerações.
paz à alma de um verdadeiro jornalista que, apesar de ser Benfiquista, nunca perdeu objectividade!

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