quinta-feira, 26 de março de 2009

ainda as reacções à final da taça da liga - domingos amaral

"Cozido à portuguesa
O melodrama do leão

Há cerca de mês e meio, durante um jantar em casa de amigos, dava na televisão o Belenenses-Sporting. Quando os leões marcaram os seus dois golos, um dos sportinguistas levantou-se, e gritou-me: "Tomem lá, seus chul..!"

Em vez de ficar contente, atacou o meu benfiquismo com insultos. Na altura, limitei-me a rir, pois só me incomoda quem pode, e não quem quer. Mas agora sei que se tratou de uma premonição do doentio desequilíbrio emocional que se vive este ano em Alvalade.
Como de costume, os sinais estavam lá. Vários jogadores insatisfeitos – Moutinho, Vukcevic, Veloso, Djaló – queriam sair do clube! Por sua vez os adeptos não queriam entrar, faltando aos jogos! Apesar dos bons resultados – vitória na Supertaça, boa campanha na Liga dos Campeões, luta pelo título – o mal-estar geral era notório, ao ponto de inesperadamente Soares Franco ter dito que não se recandidatava e o treinador ter anunciado a sua saída. Misteriosamente enjoada, a instituição perdia o rumo.
A humilhação dolorosa contra o Bayern, por 12-1, elevou o desequilíbrio interno a um pico febril, incluindo ameaças de morte a jogadores. Mas a infecção, carregada de pus, só rebentou finalmente na final da Taça da Liga. Sentindo o erro do árbitro como um "crime injusto", o lado irracional do leão explodiu como um vulcão. Viu-se de tudo: um jogador agrediu o árbitro e atirou a medalha fora; o treinador e vários jogadores proclamaram o crime de "roubo"; e o presidente Soares Franco, na televisão, assassinou o carácter do árbitro e, num piparote autoritário, decretou-lhe o fim da carreira.
Num golpe digno de novela mexicana, as vítimas tornavam-se agressores, exibindo um descontrolo emocional incompreensível. Com o pretexto de um erro, infelizmente banal no nosso futebol, cavalgaram "a teoria da vítima", justificando com ela actos gravíssimos e antidesportivos.
A "podridão", de que se queixa Paulo Bento, dá pois muito jeito. O clube exorcizou os seus demónios e uniu-se à volta do presidente, que até já admite recandidatar-se. Happy ending? Sim, mas só se esquecermos um delicioso pormenor, que ontem se descobriu: o golo do Sporting é precedido de uma falta sportinguista. E esta, hem? Chamem Freud e Jung, por favor! Neste melodrama irracional, o que parece fazer falta ao Sporting é um psiquiatra, que todos ouça e a todos receite calmantes."

por Domingos Amaral

3 comentários:

Anónimo disse...

eu até estava a gostar do artigo mas.....estragou-se tudo com o comentário do lance precedido de falta. a malta da bola tem destas coisas....quando é beneficiada, em vez de defender que o erro faz parte do jogo, gosta de ir descascar o jogo todo a ver se foram prejudicados em algum lance...para ver se uma mão lava a outra e as duas lavam a peida. vergonha!
comigo..é tudo mais simples. houve um erro de arbitragem...e ponto final. nada de cabalas, nada de intenções, nada de nada. era o que o Lucílio devia ter feito...calava-se e não fazia as figuras ridículas que fez...assim, está lançada a confusão e aquele fiscal de linha o que fez foi contribuir com mais lenha pá fogueira. ainda por cima não tem ar isento...

Becas

www.gloriosasfera.com disse...

Saudações Benfiquistas

Anónimo disse...

obrigado vagina